Transporte vertical ganha protagonismo especial com a pandemia do novo Coronavírus Confira o artigo assinado por Flavio Silva publicado coluna semanal no Estadão.
É chegado o momento de contabilizar os impactosda pandemia do novo Coronavírus nos negócios e na sociedade brasileira. Todos fomos afetados, e ainda seremos, em maior ou menor grau.
Sentimos os efeitos colaterais dessa crise, mas também vivenciamos situações de superação e demonstração de força e capacidade. Com mais clareza agora – menos do que gostaríamos, mas com um campo de visão maior do que há algumas semanas –, a missão diária precisa ser no sentido de avançar no caminho da retomada consciente.
Sob a ótica do transporte vertical, elevadores e escadas rolantes ganharam um protagonismo especial. Foi necessária e deverá ser mantida a adoção de novos protocolos para o uso e para a indispensável manutenção destes equipamentos, serviço que foi considerado essencial à sociedade e mantido sob rígidas regras de prevenção e controle para assegurar a integridade de profissionais técnicos, clientes e usuários.
E como não mencionar a aplicação de novas soluções que oferecem mais segurança a todos?
Nesse sentido, a indústria de elevadores tem feito bem o seu trabalho, trazendo ao mercado novas tecnologias em tempo recorde como alternativas para atender à nova realidade. Nosso segmento já era, em boa parte, digital antes da pandemia.
Essa experiência única pela qual passamos acelerou processos,favorecendo lançamentos que já estavam em desenvolvimento. Inteligência artificial para monitoramento remoto dos equipamentos, soluções touchless para acionar elevadores, renovadores de ar nas cabinas, corrimãos de escadas e esteiras rolantes com luz ultravioleta para desinfecção automática são alguns exemplos do que movimentou o segmento nos últimos meses.
A pandemia colocou a economia mundial na contramão do que desejávamos e enxergar oportunidades em meio ao caos não é a tarefa das mais fáceis. É preciso decidir e agir numa velocidade que nem sempre é ideal para análises ou ajustes de rotas. Agora, no entanto, ainda que nossos olhos continuem meio embaçadospela incerteza, é fundamental reagir, em especial neste momento de reabertura das atividades.
A pesquisa Focus, do Banco Central, vem projetando resultados menos pessimistas para a economia brasileira em 2020. Cabe a todos resgatar a confiança dos consumidores e vislumbrar com esperança este cenário, entender e atender às novas demandas para responder com serenidade à maior crise que já vivenciamos.
Imaginar que tudo voltará a ser como era não é real. O que virá será diferente, mas pode ser ainda melhor. Sabemos que da incerteza à oportunidade existem graus de dificuldades diferentes entre os mercados, mas retomar o fôlego que começávamos a ganhar no primeiro trimestre pede por mais esse esforço, além de mobilização.
Precisamos nos manter atentos e cobrar o compromisso com a estabilidade fiscal, a continuidade das reformas e a geração de empregos. E não perder de vista que, apesar das incertezas, é preciso buscar as oportunidades para o Brasil resgatar sua força.
Por Flavio Silva, presidente da Atlas Schindler